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Como eu comecei...

Sempre que abro a caixa de perguntas no Instagram, aparecem pessoas me perguntando como eu comecei na fotografia e como comecei na área da fotografia feminina. Nesse post contarei um pouco como isso tudo caiu no meu colo.

Sony H50, minha primeira câmera, para valer!
Sony H50, minha primeira câmera, para valer!

Minha família nunca foi uma família de registrar fotos, a verdade é essa. Cresci nos anos 80 e 90, na época do analógico, meu pai eventualmente comprava um rolo de filme, colocava na Yashica 35mm dele, e tirava fotos numa festa aqui, num feriado ali.


Então os registros são bem raros. Mas meu pai sempre pintou quadros, de forma fantástica, minha mãe, sempre teve as mãos no artesanato, fazendo tapetes, crochês, costurando e fazendo pinturas em porcelanas. E eu fui absorvendo isso, sempre gostei de desenhar, de criar maquetes, comecei a gostar de música com uns cinco ou seis anos, comecei a tocar instrumentos com doze anos... então esse interesse pela arte e criatividade foi entrando em mim.


Lá por meados de 2000 / 2001, compramos nossa primeira câmera digital: Uma Polaroid, que consumia quatro pilhas, de forma feroz, tinha uma memória de 8mb e resolução VGA. Ficava sempre na minha mão, sempre ficava tirando fotos, e aos poucos fui criando gosto pela coisa. Com o passar do tempo compramos Uma Canon Powershot de 3.2mp, e fomos evoluindo nas câmeras de bolso, até que no ano de 2009 surgiu a oportunidade de viajar para o Peru, coma minha amiga Adriana Latorre.


Pensei que seria uma oportunidade única ir para um lugar tão bonito, e precisaria fazer fotos legais. Comprei uma Sony H50, uma dessas câmeras SuperZoom, baixei umas apostilas e entrei em uns sites de fotografia e comecei a estudar. Abertura, tempo de exposição, ISO, composição... a minha câmera tinha modo Manual, e era tudo o que eu precisava.

Foto da minha amiga Dri, que fiz no Peru
Foto da minha amiga Dri, que fiz no Peru

Fiz fotos bem legais no Peru, lembro que eu pensava: "quero fazer o retrato dessa moça, vou desfocar o fundo, preciso abrir a minha lente...". Fiz fotos no deserto, dentro do carro, em movimento, eu pensei: "Preciso que a velocidade seja rápida, para não sair tudo borrado!". Eu sabia o que fazer!


Depois disso percebi que eu precisava comprar uma câmera DSLR (dessas que trocam lentes). Comprei a minha Nikon D3000, que veio com a lente do kit 18-55mm. Daí, a minha vida mudou "preciso comprar uma lente com mais zoom!", "preciso comprar uma lente mais clara!", "preciso comprar um flash!". Essa vida de fotógrafo é loucura, ficamos deslumbrados com as coisas e só queremos comprar e não focamos no que interessa: os estudos! Comprei lentes, vendi lentes... 50mm, já devo ter tido umas oito, entre compras e vendas (e hoje eu não tenho uma 50mm!).

Da época em que eu fotografava de tudo!
Da época em que eu fotografava de tudo!

Nesse período eu estudava fotografia, baixava apostilas e tutoriais, comprava livros técnicos, e comecei a fotografar amigos, quando nos encontrávamos em churrascos, fotografava paisagens em viagens, acordava cedo com o meu amigo Thiago Souto, para fazermos fotos do sol nascendo, na praia de Santos... estava criando, o tempo todo!


E começaram a surgir uns pedidos "Hey, faça foto da minha amiga, ela está grávida", "faça fotos da minha neném", "faça fotos nossa, vamos casar em breve!", e fui fazendo. Ás vezes fazia na parceria, às vezes cobrava algo irrisório. E nessas, surgiu a oportunidade de fazer um ensaio sensual.


Eu sempre gostei de ensaios sensuais, na realidade, tive um estalo em gostar desses ensaios, quando conheci da Revista Trip, lá pelo ano de 2006. Até então, ensaios femininos para mim, eram os da Playboy, com mestres da fotografia, como JR Duran ou Bob Wolfenson. Mas um dia, indo para Curitiba, parei num dos Graal da vida, comprei uma revista Trip e fiquei encantando pelo editorial, pela parte gráfica e pelo ensaio da Trip Girl, que era uma moça comum, uma universitária (ou algo assim), posando num apartamento que poderia ser o dela, com luzes naturais.

Pre wedding da Luciana com o Thiagão
Pre wedding da Luciana com o Thiagão

Fique intrigado, era sensual, era bonito, tinha bumbum ou seios de nu, não havia o nu frontal, as moças estavam "fazendo algo", não estavam sensualizando de graça. Desde então eu gostei desse tipo de ensaio sensual, e pensava que se um dia fosse fazer fotos assim, seriam nesse estilo!


Percebi também que muitos fotógrafos que passavam pelas páginas da Playboy, faziam também os editorias da Trip, como a fotógrafa Autumn Sonnischen. Essa mulher me deu um tapa na cara, dois socos no estômago e um chute no saco! Ela mudou a minha concepção e o meu olhar para a fotografia sensual feminina. Sou fãnzoca dela mesmo, assumido! E ela sabe!

Capa da edição 03 da Revista TU, com Karol Orefice
Capa da edição 03 da Revista TU, com Karol Orefice

Certo dia, deitado, pensei "queria fotografar uma sessão na Revista Trip... mas enquanto isso não acontece, vou fazer a minha revista Trip!". Pensei que eu teria que ter alguém foda ao meu lado, e só poderia ser meu amigo Thiago Souto, publicitário, diagramador, designer, fotógrafo e tudo mais!


Na época ele declinou o meu convite, pois estava focado no casamento dele, e nisso, o projeto foi engavetado. Porém, meses depois ele me chamou para um papo, no Morro da Asa Delta, e lá, olhando a cidade de Santos, de cima, criamos a nossa revista, a Revista TU.


A Revista TU teria uma diagramação moderna, com temática da Baixada Santista, entrevistando figuras da Baixada, falando de gastronomia local, viagens, música, e claro, teria o nosso ensaio sensual, feminino! A sessão "Tu É Gata".


Eu ainda estava engatinhando, não sabia dirigir ensaios femininos de modo certeiro, era meio que um tiro no escuro, mas as coisas foram fluindo.


Com o tempo, a revista apareceu para as pessoas e começaram a ligar o meu nome aos ensaios femininos. Começaram então a me contratar para fazer ensaios femininos pessoais, começaram a pedir orçamentos, e comecei a ver que teria que estudar um pouco dessa área de vendas.


Costumo brincar que se a Revista TU ao invés de ter ensaio feminino, tivesse ensaio Newborn na capa, hoje eu seria fotógrafo de Newborn. Talvez sim. Talvez não. Desde que conheci a Trip, eu me apaixonei por esse estilo de ensaio mais casual, acho que de alguma forma eu iria me inclinar para essa área da fotografia.

Com a mão na massa! Carol Trevisan
Com a mão na massa! Carol Trevisan

E depois disso, as coisas foram evoluindo, números de seguidores, números de orçamentos, número de trabalhos... mas a verdade é que senti que para ter um trabalho atraente, eu precisaria estudar para sempre. E não estudar somente a parte técnica, teria que estudar arte, fotógrafos clássicos, luz, cinema, pintura, música... buscar constante evolução, temos que consumir muitas referências, em tudo, para termos crescimento e uma gama de referências, no nosso subconsciente.


Hoje com quase dez anos de carreira na área do feminino, penso que sou um novato, perto de monstros como o Wolfenson, com 50 anos de carreira. Seguirei com calma, buscando a minha luz perfeita e minha pose perfeita, sempre estudando e evoluindo.



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